sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Democracia Economica

Democracia Econômica - pág. 39

O valor do dinheiro aumenta de acordo com a sua mobilidade. Isto é, quanto mais o dinheiro muda de mão, maior é o seu valor econômico. Por outro lado, quanto mais o dinheiro é mantido parado no cofre, tanto mais ele perde a utilidade e o valor econômico. Este é o princípio mais fundamental da economia.

O sistema bancário é indispensável para promover o bem-estar coletivo e o progresso econômico pleno do povo. A máxima “Mantenha o dinheiro em circulação” é tão verdadeira quanto o provérbio “Mantenha os vagões em movimento”.

O sistema bancário deve estar atento a dois pontos importantes. Primeiramente, não se deve permitir que a avidez demoníaca peculiar dos bancos ponha em risco a vida de toda a população. No passado, na maioria dos países, os bancos ameaçaram a vida das pessoas comuns. De um modo ou de outro, isto ainda ocorre hoje em dia, não apenas em países subdesenvolvidos, mas também nos países em desenvolvimento e desenvolvidos. Em segundo lugar, os bancos não devem permitir que os administradores ou os governos inconseqüentes imprimam dinheiro indiscriminadamente , sem manter em seus tesouros um lastro em ouro da quantia emitida.

O primeiro problema não apenas arruína as pessoas de baixa e média renda mas também empobrece as pessoas ricas. O segundo destrói a própria vida da sociedade, pois leva à inflação desenfreada, que, por sua vez, põe em risco tanto o comércio e as trocas internas quanto o comércio e o escambo externos. Mesmo se houver produção abundante em um país, o povo não se beneficiará dela. Os ricos ficarão mais ricos e terão maior oportunidade de continuar sua explora impiedosa. No capitalismo de estado, os governantes exploradores aumentarão ainda mais seu domínio sobre a sociedade. O capitalismo de estado – quer seja ele denominado de capitalismo, socialismo ou comunismo – na verdade é mais perigoso e sedento do sangue das massas do que vampiros e demônios.

O sistema bancário deve ter sua existência assegurada, caso contrário, o dinheiro não terá mobilidade. Se as pessoas se opuserem ao sistema bancário, por interesses pessoais ou por quaisquer outros sentimentos, a economia de seu país permanecerá na idade das trevas. Elas perderão o equilíbrio e a equivalência (pramá) nos planos psíquico e espiritual e serão ridicularizadas. É muito desagradável imaginar tal situação.

Assim, vocês vêem que o objetivo fundamental do sistema bancário é “manter o dinheiro em circulação”.

Que os governos sejam atuantes. Que as pessoas comprem arroz, feijão, legumes, óleo, sal, açúcar etc., o quanto o dinheiro lhes permitir. Que o dinheiro chegue aos comerciantes, vendedores de doces, confeiteiros, trabalhadores de fábricas, operários e tecelões. E que os sáris coloridos dos tecelões sejam comprados e usados pelas moças recém-casadas, aumentando a beleza e a prosperidade da sociedade.


Calcutá, 21 de dezembro de 1986
Shabda Cayaniká, Parte 10

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